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Passivo Tributário: o custo invisível que ameaça empresas gaúchas

O início do prazo para adesão ao Programa de Regularização Tributária de Porto Alegre – o RecuperaPOA 2025 – abriu uma janela de oportunidade que vai muito além do benefício financeiro imediato. Até 31 de outubro, contribuintes poderão negociar débitos com condições facilitadas, mas o real impacto da medida está em como as empresas escolhem enxergar esse movimento: como um alívio momentâneo ou como uma estratégia de gestão tributária capaz de redefinir seu futuro.

A regularização fiscal não se limita a recuperar fôlego de caixa. Trata-se de um passo essencial para garantir competitividade em um ambiente empresarial cada vez mais desafiador. O passivo tributário mina a credibilidade perante clientes, fornecedores e investidores, comprometendo relacionamentos estratégicos e afastando oportunidades.

Além disso, a empresa que permanece em dívida com o Fisco enfrenta um círculo vicioso de restrições: perde acesso a crédito em condições atraentes, deixa de firmar contratos e participar de licitações por falta de Certidão Negativa de Débito (CND) ou Certidão Positiva com Efeito de Negativa (CPEN), enfrenta limitações para vender ou usar imóveis como garantia, acumula juros e multas mês a mês e ainda se expõe a bloqueios judiciais que sufocam a operação.

No atual cenário econômico, em que margens estão pressionadas e a previsibilidade é cada vez mais valorizada, a saúde tributária se torna um diferencial competitivo. Uma empresa em dia com suas obrigações fiscais tem maior poder de negociação, atrai investidores, amplia o leque de financiamentos disponíveis e se posiciona melhor para crescer. Mais do que reduzir custos, a regularização garante estabilidade e resiliência em tempos de incerteza.

O empresariado gaúcho, historicamente resiliente diante de crises, sabe que a continuidade dos negócios exige mais do que criatividade e eficiência: exige planejamento jurídico e tributário. O Recupera POA 2025 é uma oportunidade de transformar dívidas em estratégia, blindar a empresa contra riscos futuros e recuperar a credibilidade necessária para competir em um mercado nacional e internacional cada vez mais exigente.

Não se trata apenas de aproveitar condições vantajosas, mas de escolher se a empresa será refém de seu passivo ou protagonista de sua recuperação.

Originalmente publicado em GZH
Publicado em
19/8/2025