Este é, sem dúvida, um ano desafiador sob o ponto de vista econômico. Ainda tentamos nos recuperar dos efeitos da pandemia de Covid-19. A inflação disparou e as taxas de juros quebraram recordes seguidos.
A má notícia é que 2023 não deve ser melhor. Benefícios fiscais, que baixaram o preço de produtos importantes para as cadeias produtivas, terminam em 31 de dezembro, assim como o próprio Auxílio Brasil, um motor para as economias locais, que ainda tem futuro incerto.
Entre maio e agosto, mais de 600 mil empresas fecharam as portas no país, segundo dados do Ministério da Economia. Neste ambiente de incertezas, é importante manter o seu negócio protegido.
Reunimos 5 dicas da educadora financeira Bruna Allemann, da Acordo Certo, fintech focada em renegociação de dívidas, e da advogada Juliana Biolchi, especialista em recuperação extrajudicial de empresas que enfrentam processos de falência.
1) Mantenha contas separadas – Misturar as contas pessoais e da empresa pode gerar problemas, tanto na organização financeira do negócio, como na hora de prestar contas ao fisco. Portanto, é indicado manter uma disciplina bastante sólida de separar patrimônios e de respeitar a capacidade de caixa da empresa na hora de remunerar os sócios.
2) Preserve seu fluxo de caixa – Use o fluxo de caixa estrategicamente. Ele determina todas as movimentações, como o pagamento de salários, despesas básicas e receita de vendas. A visão estratégica, aliada à tecnologia e ferramentas de gestão, constrói bons caminhos para manter a liquidez preservada, evitando a tomada desmedida de crédito e o atraso nas contas.
3) Só faça dívidas que caibam no bolso – A dica é simples e vale tanto para as oportunidades de crescimento, quanto para a gestão de momentos de crise: não faça dívidas que a sua empresa não possa suportar. Mantenha um planejamento realista, acompanhado de uma boa estrutura de capital, que lhe garanta uma reserva financeira para momentos de maior instabilidade.
4) Encare os problemas da sua empresa – É comum desviar dos problemas e varrê-los para debaixo do tapete, em nome de, muitas vezes, priorizar interesses de sócios, a própria operação, entre outros motivos (que muitas vezes são válvula de escape). Isso faz com que possa existir um efeito de bola de neve, no qual um tema simples, que poderia ser facilmente superado, se torne um problema muito mais sério, quando finalmente recebe a atenção devida.
5) Compliance – No âmbito empresarial, é necessário fazer cumprir as normas, sejam externas ou internas. Apenas com diretrizes bem estabelecidas, planejamento e ética, é possível transformar a realidade da sua empresa. Em suma, a dica é sempre evitar atitudes que criam vulnerabilidades jurídicas e que, com certeza, canibalizarão a empresa no futuro (como exemplo: a contabilidade que não bate com a realidade)
