O Observatório Brasileiro de Recuperação Extrajudicial (OBRE) informou nesta quinta-feira (20) que o volume de dívidas relativo a processos de recuperação extrajudicial alcançou cerca de R$ 2,5 bilhões, para 587 vezes maior se comparado com o volume verificado no mesmo período do ano passado.
No acumulado de 2024, o volume de dívidas negociadas por meio da recuperação extrajudicial 387,5% em comparação com 2023, somando R$ 39 bilhões, informa o material.
Em fevereiro, foram três novos pedidos de recuperação extrajudicial, somando seis casos neste ano e 202 casos desde a criação do órgão, em janeiro de 2022. Os registros foram verificados nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná.
Cenário de desaceleração econÔmica desde o último trimeste de 2024 e aumento dos juros afetam os resultados das empresas, além da elevação da inflação, que reduz a confiança de consumidores e do empresariado na economia.
Desde o ano passado, o Comitê de Política Monetária do Banco Central vem elevando as taxas numa tentativa de desacelerar a economia, após uma sério de incentivos públicos para o aquecimento da demanda, que acabaram gerando pressão em preços. A alta do dólar, após o governo ter decepcionado empresários e investidores com medidas fiscais frustrantes, também obrigou o BC a elevar a Selic.
O destaque em fevereiro foi o pedido de tutela cautelar da Rede de Supermercados St. Marche, com dívidas negociadas R$ 639 milhões. A medida, prevista no artigo 20 - B, possibilita a suspensão das execuções por um período de 60 dias, até a apresentação de um plano de recuperação, que ainda não está definido se será judicial ou extrajudicial. A empresa informa que buscará um acordo fora do âmbito judicial.